Carro em que elas estavam bateu em caminhão na BR-494, em Nova Serrana. Letícia Oliveira ficou mais de 20 dias em coma e agora segue com tratamentos de fisioterapia, neuropsicologia e fonoaudiologia; ‘Minha filha venceu a morte’, diz mãe.
Letícia Oliveira ficou internada no CTI do CSSJD em Divinópolis por mais de 20 dias
A modelo Letícia Oliveira, única sobrevivente do acidente que causou a morte de três jovens na BR-494, em Nova Serrana, no ano passado, concedeu entrevista ao g1 pela primeira vez depois da alta hospitalar.
Letícia teve um inchaço somado a uma paralisia nas cordas vocais e só agora consegue falar e se expressar. Ela segue com os tratamentos contínuos que agora são feitos em casa, na cidade de Arcos, para onde se mudou.
A modelo era ocupante de um carro que seguia para uma festa em Nova Serrana, quando, o eixo de uma das rodas do caminhão quebrou, o caminhão perdeu o controle e atingiu o carro. Todas as amigas dela morreram em decorrência da batida. A modelo só soube da perda após receber alta do hospital.
“Fiquei totalmente sem chão. Uma dor que não consigo explicar e que sinto até hoje. Lembro que chorei muito quando me contaram e fiquei sem acreditar. Perguntava meus pais várias e várias vezes se era real. Estão todas as noites em minhas orações. As levarei comigo para sempre”.
Ainda com a memória em reabilitação e que, por vezes, falha, Letícia contou que do acidente não se lembra de nada, nem que ela e as amigas seguiam para a festa de aniversário de um amigo.
A perda da memória, segundo a mãe Edvânia Oliveira, está relacionada ao Traumatismo Craniencefálico (TCE) grave que ela teve e, também, à Lesão Axonal Difusa (LAD), que causou o comprometimento dos movimentos, os quais ela segue tentando retomar.
“Quando fui liberada da enfermaria, eu ainda não tinha consciência nenhuma do que havia acontecido. Saí de Divinópolis e fui para Juiz de Fora onde tem um hospital especializado no tipo de reabilitação da lesão que eu tive, onde fiquei mais um mês para tratamento”, contou.
Letícia conseguiu somente em janeiro ir para casa, onde segue até hoje com as reabilitações motoras e neurofuncionais.
Os tratamentos são acompanhados pela família que vibra, a cada novo passo, a cada palavra expressada e a cada lembrança que ela consegue recordar.
“A Letícia é um verdadeiro milagre, eu tenho certeza disso. Eu nunca perdi a fé e o meu coração gritava que daria tudo certo. Mesmo nos 21 dias de CTI, desenganada no hospital, eu tinha certeza absoluta que ela ia sobreviver. Hoje, nem se eu agradecer a Deus pelo resto da vida será suficiente. Minha filha venceu a morte “, finalizou Edvânia.
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